14 abril 2011

O REI VAI NU / JÁ NÃO HÁ LIRICOS…


Ouvi hoje nas notícias (o que já tinha lido algures e em outras alturas), a divida de empresas públicas (como a CP, TAP, Metros do Porto e de Lisboa, STCP, Carris, Transtejo, Refer, ANA, e continua…) é mais de 17 mil milhões de euros!!!

Simplesmente googlei os termos e surgiram várias noticias, de 2007, de 2009, de 2010… portanto o assunto não é novidade para o cidadão comum e com certeza também não o será para o cidadão “incomum”. Trata-se então do fenómeno conhecido vulgarmente por evidência.

“Temos cá o FMI”, “estamos em recessão”, “vamos ter de apertar mais o cinto”, estes são os assuntos de conversa de café, o que é perfeitamente normal dada a situação actual.

A outra conversa de café que é recorrente é a que diz respeito à gestão pública…os ordenados dos gestores, assessores e afins, os carros de serviço, os bónus de produtividade e de gestão(!!). E tem sido este tema a que tenho assistido a uma maior indignação (bom, haverá outros mas que ficam par outra altura).

Desenganem-se se pensam que esta evidência só acontece no nosso país, não acontece. Mas aqui é do nosso país que estamos a falar e o país que mais nos importa.

Mas, retomando… a coisa pública e a sua gestão é acima de tudo uma responsabilidade moral para quem a faz na mesma razão em que a democracia é um contrato social (em que as partes se comprometem a cumprir as regras pré-definidas). Uma parte compromete-se a cumprir com as suas contribuições e trabalho e outra parte com a sua gestão da coisa pública. Sempre que uma das partes falha ao compromisso está em quebra de contrato. E essa quebra de contrato deverá (ou deveria) ter consequências, nomeadamente judiciais de má gestão. Porque a impunidade tende a espalhar-se a todos os aspectos da vida social, à falta de bons exemplos.

Com isto tudo, não estou aqui a apontar este ou aquele partido político ou este ou aquele gestor público. Mas o que se tem verificado neste nosso período de curta democracia é que passámos de uns pés rapados que trabalhavam de sol a sol para uns pequenos burgueses – todos nós.

Temos comprado isto, e aquilo e mais o outro. O vizinho tem e eu quero, este objecto vai-me dar o status social que eu não consigo realizar de outra forma (e esta até é mais simples) e por aí em diante. Ao Estado tem acontecido o mesmo, tem-se tornado burguês quando é dele que esperamos o melhor exemplo.

Vivemos constantemente com o pensamento de pequenez, que nos impede de ser maiores. E queremos ser maiores utilizando estratagemas de pequenez.

Urge pois que se pense nas evidências e se tomem medidas. Os cidadãos não podem viver sem o estado da mesma forma que o estado não pode viver sem os cidadãos.


Para finalizar…quero pedir desculpas ao leitor. Porque afinal este foi um acto de masturbação mental da minha parte.

Artigos consultados:

-http://economia.publico.pt/Noticia/empresas-publicas-tem-dividas-acima-de-17-mil-milhoes_1355917

-http://economico.sapo.pt/noticias/divida-das-empresas-publicas-somara-13-do-pib-em-2011_101412.html

-http://www.ionline.pt/conteudo/40707-dez-empresas-representam-95-do-total-da-divida-das-empresas-publicas-

-http://economico.sapo.pt/noticias/sp-corta-notas-da-parpublica-refer-cp-e-metro-para-lixo_112667.html

- http://desmitos.blogspot.com/2011/04/dividas-das-empresas-publicas.html