31 julho 2008

Eureka !!



Voltamos aos combustíveis, é verdade que anteriormente falei que que os combustíveis biológicos baseados em culturas agrícolas eram perniciosos, porque (pensava eu, erradamente como muitos)que faziam subir os preços das culturas alimentares, base de vida, e assim aumentavam a fome no mundo. Realmente isso só é assim se das culturas que fazemos para alimentação começar-mos a desviar recursos para os bio-combustíveis.
Mas o bom das ideias, é que podem ser mudadas, sempre que passamos a dispor de nova informação ou relacionamos a informação disponível de melhor forma.
Ontem estive atento à entrevista de Lula da Silva e José Sócrates, no programa "Balanço e Contas" do Canal 2. Para quem acusa Sócrates de ser pouco à esquerda, ainda não esteve atento ás medidas de base que já implementou em Portugal e aquelas que tem andado a preparar com as amizades brasileiras, venezuelanas e outras. Voltando ao tema, foram abordados vários temas, mas o meu interesse ficou na questão dos combustíveis. Lula como presidente de um país explorador e produtor de petróleo sabe bem os valores envolvidos na exploração, e avançou alguns; 2 biliões de dólares para a construção de uma plataforma marítima, meio milhão para o aluguer de uma sonda marítima de profundidade e concerteza muitos outros parecidos. Pois a exploração, transformação, distribuição e especulação referentes ao petróleo custam biliões de biliões de dólares. O grande problema do petróleo (para além do preço, claro) é que é extremamente poluente e ao ritmo que vamos o tão falado "inverno nuclear" vai acabar por ser um INVERNO ULTRAVIOLETA.
Agora estamos a chegar à melhor parte do assunto (e aquela que acendeu uma quantas luzinhas a mais na minha cabeça - uma daquelas eurekas capaz de provocar uma mudança positiva no mundo, Lula da Silva afirmou, e bem, que por exemplo em África, uma pessoa analfabeta, que tenha um pedaço de terra e mãos para a trabalhar pode ela própria ser produtora de combustível, natural e limpo... Parece uma LA PALICE...e é!!
Agora, o que eu gostava que fosse dito (e foram estas as luzes que se acenderam) era que se iria formar um grupo de governos visionários e criar um modelo de desenvolvimento para os bio-combustíveis nos países mais pobres (e sabemos que terra e mão-de-obra não faltam no planeta) onde houvesse uma forte componente de retroacção (tal como as empresas que re-investem uma parte do lucro em pesquisa e desenvolvimento) também uma parte da produção e/ou lucros serviria para saciar a fome e criar melhores condições de vida. Esta sim uma grande ideia.
OH...TOMAZ MOORE!!!

23 julho 2008

M O R I A R T Y

Mais um tema para apreciar!!

FINALMENTE!!!


Sim, finalmente encontrei algo que nem sabia que andava à procura (que sentimento fantástico este!), de repente dou de caras com "aquilo" e digo para mim mesmo -"Finalmente, aqui está!!".
Passo a explicar, ontem fui dar um pulo ao Festival Musicas do Mundo em Sines, já não foi a primeira vez este ano. Este festival para mim é fantástico, no sentido em que, apesar de me tentar manter a par do mundo genérico da música nunca consigo conhecer tudo. E então quando vou ao Musicas do Mundo gosto de ir sem levar nenhum tipo de expectativas em relação aos artistas (o que torna a experiência em si muito mais pura e estimulante).
Ora, normalmente costumo gostar, uns mais outros menos. Mas ontem, posso dizer que amei a ultima banda da noite (já vou dizer o nome, mais adiante), foi daquelas sensações indescritíveis que nos assolam (e não era só a mim, acreditem), e eu nem sequer entrei para o auditório, vi mesmo cá do lado de fora através de um ecrã e umas colunas, e comigo umas boas dezenas de pessoas.
Eu sempre fui um grande fã de musica, desde novo comecei a ouvir muita musica e a trocar muita informação, mas algumas das minhas bandas favoritas só conheci mais tarde, já homem feito. Pois, e apesar de terem tido uma existência curta, deixaram uma marca indelével no panorama musical mundial - estou a falar dos Velvet Underground, banda de excelência e que produziu alguns dos melhores músicos do mundo como Lou Reed, Brian Eno e John Cale. Pois mas não foram os velvet a ir tocar a Sines, mas sim aqueles que eu considero como os seus legítimos herdeiros - e acreditem (que pelo menos para mim) que isso é uma notícia fantástica.
Oram bem, eles chamam-se MORIARTY e são uma mistura Franco-Americana. Agora lembram-se quando disse atrás que descobri algo que não sabia que andava á procura (e é aqui que está a parte bizarra do post), quando os comecei a ouvir e apesar de ter ficado imediatamente hipnotizado pelo som, reconhecia nele uma certa familiaridade que demorei algum tempo a descobrir. Foi electrizante ver uma rua cheia de gente a ver um concerto atraves de uma televisão como se estivessem ali, logo de frente para o palco.
Pronto! Chega de adjectivar. Eles são bons e eu gostei...MUITO!! Para vocês ouvirem o que eu estou para aqui a falar, façam favor de clicar no play...

PS: Uma delícia a versão de Enjoy the Silence...

10 julho 2008

O Circo - Parte ...(??)

Para quem viu ontem, no Jornal da Noite da SIC a entrevista com Medina Carreira, certamente que concorda comigo; há muito tempo que não ouvia alguém dizer tanto com tão poucas palavras e de forma tão directa. Já anteriormente Artur Jorge chamou ao futebol nacional um circo e aos colegas palhaços, palhaços.
O que aparentemente parecia um discurso patético de um velho político cansado, revelou-se um desnudar da situação política, social e económica em Portugal de há já muitos anos.
..."isto é um circo"...
estamos a ser entretidos pelos palhaços e trapezistas enquanto nos bastidores os leões passam fome, o palhaço pobre bate no palhaço rico e outras do tipo. Somos espectadores do espectáculo que nos querem mostrar.
Apesar da linguagem extremada (a roçar o A.J.Jardim) é a intenção que conta.
Em muito do que disse concordo com ele, os nossos problemas são de base, estruturantes (como sempre foram, e sem mudança sempre serão). Continuam a lavar-nos os olhos com estatísticas mas sem incomodar os barões. Continua-se a passar base por cima das borbulhas e rugas, e continuamos a pensar que fazemos boa figura. Mas só para quem já vê mal ou não consegue ir além do seu próprio umbigo.

Devemos repensar bem quais são as nossas reais prioridades. Se queremos construir um país para o futuro ou se queremos continuar a remendá-lo!!
Devemos continuar a tolerar que as obras públicas continuem a custar 4 a 10 vezes mais do que o orçamentado através de proposta fechada em concurso público, ou pior...através de atribuição directa. Continuamos a deixar que os barões do betão tirem dos cidadãos portugueses rios de dinheiro necessário para a construção de uma sociedade e país melhor?? Mas existem outros barões, em outros locais...
È verdade que coisas boas têm sido feitas, especialmente nos últimos anos. Mas parece que o ímpeto inicial foi quebrado e que voltámos ao mesmo.
O que é que podemos fazer???


Outro??

Vai um video...zinho????