27 maio 2008

Combustíveis 2



O preço dos combustíveis (gasolina e gasóleo) não pára de subir, isso reflecte-se não só no orçamento mensal de cada indivíduo/família directamente – através do abastecimento do(s) seu(s) automóveis – como indirectamente através da escalada de preços dos produtos de consumo, pois estes são transportados em veículos e logo com a subida de preços dos combustíveis estes vêm também o seu preço aumentar.
O governo já se vê forçado a aumentar os preços dos transportes públicos em cerca de 6%, devido à subida do gasóleo em 20%.
Agora, de quem é a culpa disto??? Há quem diga que é do governo! Bom, mas essas pessoas dizem sempre que a culpa é do governo – “A minha mulher está com dor de cabeça!" - De quem é a culpa? Adivinharam, do governo.
Possivelmente as pessoas têm a memória curta, mas o que é que eu estou a dizer, é claro que as pessoas têm a memória curta. Pois se bem se lembram, ou deviam lembrar, houve um excelso governante nosso que liberalizou o preço dos combustíveis. Como se isso fosse uma daquelas ideias brilhantes, pela qual ele iria ficar lembrado para sempre. Bom, pelo menos eu lembro-me disso, agora digo já que não é pelas melhores razões. Pois bem, o nosso excelentíssimo Presidente da Comissão Europeia, quando nosso Primeiro-Ministro teve esta esplêndida ideia (???), mas a mim pareceu-me logo uma daquelas ideias que iria dar muito que falar e muito que pagar.
Até à data era o governo que estabelecia o preço máximo dos combustíveis, e abaixo desse preço as empresas podiam fazer o preço concorrente que quisessem. Agora adivinhem qual o preço que as petrolíferas escolhiam, pois claro, o máximo estabelecido pelo governo (as únicas que sempre fizeram preços mais baixos são as pequenas empresas e os hiper/super-mercados, muito bem! Assim é que se aplica a lei da concorrência de preços).
Eu não percebo muito de economia (mas percebo alguma coisa), e sei que estamos a assistir a uma enorme especulação de preços por parte das petrolíferas. Hoje não existem no mundo menos jazidas de petróleo do que dantes, até pelo contrário, temos assistido à descoberta de novos poços em todo o globo. Também é verdade que a entrada da china para o “mundo motorizado” está a fazer as suas mossas, e já descobrimos que os bio-combustíveis, como os queriam, são insuportáveis para o planeta. Pois bem, se em metade do globo há pessoas a morrer à fome, quem raios se lembrou que seria uma boa ideia fazer combustíveis a partir girassol, beterraba, arroz ou laranjas. Não sei se sabem, mas segundo li algures, são precisas cerca de 6 toneladas de laranjas para fazer um litro de combustível. Ora imaginem lá se não tínhamos de estar forrados até aos cabelos de laranjais para podermos ir beber o café de carro!
Na verdade eu ainda não sei onde está o futuro dos combustíveis, no hidrogénio ou nos motores eléctricos talvez. Mas até lá vamos ter de descobrir alternativas, pois a este preço vamos ter de andar mais a pé.
Entretanto muita gente enche-se de dinheiro, atentem a esta notícia retirada do JN de 22 de Maio; A GALP está inconsolável. No primeiro trimestre deste ano teve menos 8,4% de lucros do que no mesmo período do ano passado, e agora só está a ganhar 1,2 milhões de euros por dia. O que é isso comparado com mais 2 ou 3 cêntimos nos preços da gasolina e do gasóleo? Os portugueses são uns queixinhas. A GALP queria-os ver a ganhar só 1,2 milhões por dia! A culpa da pobreza extrema da GALP (um dia destes haveremos de ver o dr. Ferreira de Oliveira e os outros administradores da GALP a pedir à porta da igreja dos Congregados) é do aumento dos preços do petróleo. É certo que, entre Dezembro de 2006 e Dezembro de 2007, o preço da gasolina 95 aumentou em Portugal 11% e o do gasóleo 17,2%, enquanto o preço médio do petróleo, em euros, subiu apenas 1,5%. Mas a GALP tem muitas despesas; ainda há dias, por exemplo, teve que comprar a Esso. Por isso, o dr. Ferreira de Oliveira vê "com profunda tristeza a especulação incompetente" (não a especulação financeira, que é, como se tem visto, particularmente "competente" a fazer subir preços, mas a dos consumidores que acusam a GALP e demais petrolíferas de cartelização, quando se sabe que os aumentos simultâneos dos preços dos combustíveis são mera coincidência). Por que não um peditório nacional a favor da GALP?”.
De alguns dias para cá tenho recebido emails a pedir para fazer um boicote a determinadas marcas petrolíferas, penso que o próximo será nos dias 1 e 2 de Junho. Para o imediato parece-me bem, o consumidor tem de fazer ouvir a sua voz, e se for directamente ao bolso dessas empresas, melhor. Por isso adiram, vamos ver o que conseguimos!
Digam vocês da sua justiça sobre o assunto!

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